Vida de petroleiro: velocidade na veia

Por Alessandra Campos

A adrenalina e a velocidade sempre estiveram presentes na vida do mecânico paulistano Ricardo Rocha Moraes, que trabalha há 14 anos no setor de Equipamentos Dinâmicos (ED) da Replan, em Paulínia. Quando criança, ele se arriscava descendo as ladeiras da cidade de Ferraz de Vasconcelos com carrinho de rolimã. Hoje, com 40 anos, Moraes corre de kart amador e disputa, na categoria estreantes, os principais campeonatos do país.

Com 9 anos, Moraes lembra que já era apaixonado pelo automobilismo e fã do piloto Ayrton Senna. “Eu não perdia uma corrida de Fórmula-1 e adorava correr naquelas máquinas de fliperama com volante e acelerador, que troca de marcha”, recorda-se. Com 12 anos, a brincadeira preferida passou a ser andar de carrinho de bate-bate nos parques de diversão e se aventurar pelas ruas com seu skate ou o rolimã, que ele próprio fez.

O kart só surgiu na vida do petroleiro em 2008, aos 29 anos. Moraes conta que foi a São José dos Campos para trabalhar em uma parada de manutenção na Revap e aceitou o convite dos colegas para brincar de kart em uma pequena pista da cidade. “Eu voltei para casa pensando que eu tinha que andar de novo”.
Cinco anos se passaram até que Moraes retornasse a uma pista de kart. Junto com amigos da Replan, ele foi brincar no Kartódromo de San Marino, em Paulínia. “Nesse dia fiquei entre os últimos colocados, mas a experiência foi fantástica”, comentou.

Segundo Moraes, o kart teve efeito revigorante em sua vida. “Eu achei que tinha habilidade e o kart me fez bem. Senti que poderia ajudar a dar uma guinada na minha vida, principalmente, na parte emocional, que andava um pouco desestabilizada naquela época”.
Decidido a levar o esporte a sério, o petroleiro participou de uma aula com um piloto conhecido e recebeu todo incentivo para continuar. Ele passou a ir com mais frequência às pistas e, em 2016, se associou ao CKB (Clube Kart Brasil). A partir daí, começou a participar de mais competições, inclusive de campeonatos nacionais. 
Os resultados nas pistas têm empolgado o piloto. “Acredito que estou evoluindo”, diz ele, que sonha em alçar voos mais altos. “Eu gostaria de participar de competições maiores, como a Fórmula Inter. Eu corri uma vez, em Piracicaba, e fui muito bem. Mas não dá pra competir nessa categoria sem um patrocínio”, lamenta.
Dependendo da pista, o petroleiro conta que é possível chegar a 100 km/h. “A sensação de velocidade é muito grande porque o piloto está muito próximo do chão”. O kart exige do piloto o uso de vários sentidos, como habilidade motora, concentração, raciocínio rápido, força e reflexo.
Em setembro, Moraes participa do Campeonato Brasileiro de Kart, na Granja Viana, que ele classifica como a melhor pista nacional. “É a principal competição brasileira e reúne mais de 200 pilotos, os melhores do país”, declara.

Dicas para praticar kart

Para quem quiser começar a brincar de kart, Moraes dá as dicas. “É só ir a um kartódromo e alugar um carro por 30 minutos”. Ele explica que o piloto não precisa ter carro próprio e nem experiência. Os kartódromos oferecem os equipamentos de proteção, alugam os karts e ensinam os fundamentos básicos de pilotagem. O aluguel do carro inclui vestimentas e capacete.
Para aqueles que já praticam o esporte e têm interesse em participar de campeonato, a orientação é se associar a uma organização amadora, como Amika, CKB e CKC, para começar a correr na categoria estreantes.

 

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